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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Reflexões Filosóficas de Mario Sergio Cortella

ILUSIONISMOS Em 1980, o essencial Carlos Drummond de Andrade, já com 78 anos de idade, publicou o livro A Paixão Medida e nele inseriu uma provocação poética chamada “A suposta existência”. Nas duas estrofes iniciais está o desafio: Como é o lugar Quando ninguém passa por ele? Existem as coisas Sem ser vistas? O interior do apartamento desabitado, A pinça esquecida na gaveta, Os eucaliptos à noite no caminho deserto, A formiga sob a terra do domingo Os mortos, um minuto depois de sepultados, Nós, sozinhos No quarto sem espelho? Ora, uma das mais antigas indagações humanas diz respeito à concretude e existência efetiva do real; há séculos que reflexões e escritos procuram, tanto no Ocidente quanto no Oriente, estabelecer algum parâmetro que permita dizer com certeza que aquilo que pensamos ou sentimos existe de fato, não sendo apenas pura imaginação delirante ou ficção passageira. É clássica uma pequena história, de muitos e diferentes modos recontada, que diz ter um sábio chinês ad

Reflexão sobre relacionamentos: Crônica de Rubens Alves

Relacionamento, Tênis e Frescobol. Depois de muito meditar sobre o assunto, conclui que os relacionamentos são de dois tipos: há os relacionamentos tipo Tênis e os relacionamentos tipo frescobol. Os relacionamentos tipo Tênis são uma fonte de raiva, ressentimento e terminam sempre mal. Os relacionamentos tipo frescobol são uma fonte de alegria e tem chance de ter vida longa. Explico-me: Para começar uma afirmação de Nietzche, com a qual concordo plenamente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a Possibilidade de um casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: Você crê que seria Capaz de conversar com esta pessoa até sua velhice? Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo, São aquelas construídas sobre a arte de conversar. " Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E amantes inexperientes, agem contrariamente ao que pensam, fazer carinho com as palavras não é fi

O CÉREBRO AO ESPELHO

Transcrição do vídeo I - O CÉREBRO AO ESPELHO. Há milênios que a abóbada celeste provoca fascínio no ser humano, que sempre quis desvendar os seus mistérios e viajar em uma das estrelas. O homem chegou a Lua e já sonha com Marte. Mas a ciência começou agora a sondar o nosso cosmos interior. O que sabemos nós desse órgão tão complexo quanto o universo que julga abrigar a essência do ser humano, a sua consciência? O que sabemos nós sobre o nosso cérebro? Eu posso conter na palma da minha mão esta massa gelatinosa que pode contemplar a imensidade do espaço interestelar. Ela pode refletir sobre o infinito, sobre os anjos ou sobre Deus e pode mesmo observar-se a si mesma. Será o cérebro suficientemente complexo no pensamento que é capaz de produzir para conseguir decifrar e compreender os mecanismos que realmente presidem ao seu próprio funcionamento ou não? Como elaborar uma teoria sobre o cérebro que responda às nossas necessidades da atualidade? Essa é a principal questão que se p

By Leonídia Guimarães

T ranscrição do Vídeo IV – O Cérebro ao Espelho Ao ouvir uma novidade qualquer a imaginamos e prevemos no nosso nível inconsciente: - Como ela compreendeu que a regra global é uma regra na qual os cinco sons não são idênticos, quando ouve os cinco sons idênticos, ela considera o som como uma violação da regra. Há por isso no espírito e no seu cérebro determinados processos que lhe vão permitir “titetar” essa violação da regra. O que o cientista vai observar é o sinal emitido dos elétrons. Ele mede que a sucessão de um som no cérebro aparece de forma inconsciente duzentos milésimos de segundos depois da sua emissão. Todavia, para esta mesma zona do cérebro, quando ela reage à violação da regra conscientemente, a reação surge quatrocentos milésimos de segundos depois da emissão do som. Esse é um bom exemplo da tomada de consciência. - A sucessão tem dois tempos: há sempre um primeiro tempo que é bastante rápido, a que chamamos um tratamento que vai do exterior em di

By Leonídia Guimarães

  Transcrição do Vídeo VI – O Cérebro ao Espelho Walter Freeman: No processo de adaptação, desaprender é tão crucial como aprender. Aprendizagem é um reforço das conexões sinápticas. Para desaprendermos, para nos desfazermos de hábitos, as conexões sinápticas devem ser flexíveis. Mas este é um processo cumulativo através do qual as pessoas vão aprendendo, diferenciando-se cada vez mais umas das outras. E tudo que conhecemos sobre aprendizagem implica este processo, que nos compara com o dos outros. Ora, as lições mais importantes que nos chegam vêm da paleontogologia, da história da raça humana ao longo dos últimos 500 mil anos, talvez 3 milhões de anos: é a importância da socialização. Somos antes de tudo uma espécie social; e o cérebro não tem como única função controlar. É um órgão de socialização. Como nós conseguimos ultrapassar as barreiras que nos separam? O mecanismo que torna isto possível é a cooperação. Fazemos mais do que simplesmente agir: agimos em consonância. Há pou

By Leonídia Guimarães

Transcrição do Vídeo V – O Cérebro ao Espelho Lionel Laccache: Ele vai responder que talvez eu tenha três mãos, ou talvez seja a mão de outra pessoa, talvez seja uma mão cortada que temos na sala, mas nunca admite que a mão é sua. Um exemplo: os princípios mostram que  dado enviado da consciência inclui sistematicamente essa camada de crença que chamamos de ficção. É fácil vermos que é ficção quando se trata de algo falso. Contudo, na maior parte das vezes nossas ficções são a superfície que consideramos verdadeira, são corretas. Se os interrogarmos sobre suas convicções políticas, sobre suas crenças e mesmo sobre sentimentos interpessoais, ou até mesmo sobre o seu relacionamento com os extraterrestres, vimos que surge uma diversidade de opiniões. Enquanto discutimos com nossos semelhantes vimos que, estas são coisas extremamente fortalecidas por uma convicção, por uma crença bastante poderosa. As ficções são mais facilmente colocadas em evidência nos casos patológicos, mas cad

By Leonídia Guimarães

Transcrição do Vídeo IV – O Cérebro ao Espelho Ao ouvir uma novidade qualquer a imaginamos e prevemos no nosso nível inconsciente: - Como ela compreendeu que a regra global é uma regra na qual os cinco sons não são idênticos, quando ouve os cinco sons idênticos, ela considera o som como uma violação da regra. Há por isso no espírito e no seu cérebro determinados processos que lhe vão permitir “titetar” essa violação da regra. O que o cientista vai observar é o sinal emitido dos elétrons. Ele mede que a sucessão de um som no cérebro aparece de forma inconsciente duzentos milésimos de segundos depois da sua emissão. Todavia, para esta mesma zona do cérebro, quando ela reage à violação da regra conscientemente, a reação surge quatrocentos milésimos de segundos depois da emissão do som. Esse é um bom exemplo da tomada de consciência. - A sucessão tem dois tempos: há sempre um primeiro tempo que é bastante rápido, a que chamamos um tratamento que vai do exterior em direção