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Mostrando postagens de janeiro, 2011

O masculino e o feminino na nova consciência

Texto de Rose Marie Muraro e Leonardo Bolff O masculino e o feminino na nova consciência Por que este título, se há séculos existe um número incrível de obras sobre o masculino e o feminino? Porque a humanidade está neste início de milênio num novo ponto de mutação cuja origem é a aceleração tecnológica e com ela a aceleração histórica. E esses pontos de mutação são raros nas espécies biológicas. Na espécie humana houve o primeiro ponto de mutação quando os hominídeos se separaram dos primatas há mais de dois milhões de anos, o que deu início à Pré-história. O lento despertar da animalidade para a humanidade levou mais de um milhão e meio de anos. As primeiras culturas são as de coleta e, nelas, o primata/humano toma a posição ereta e começa o seu desenvolvimento do córtex cerebral com as suas primeiras conquistas tecnológicas. Um segundo “ponto de mutação” ocorreu aproximadamente há quienhentos mil anos, quando o ser humano iventa o machado de pedra lascada e introduz as sociedades

Reflexões contemporâneas sobre a questão da sexualidade

Algumas definições básicas pinçadas por Leonídia Guimarães no texto: HISTÓRIA DA CIÊNCIA E A DIVERSIDADE DE ORIENTAÇÕES SEXUAIS - natureza, cultura e determinismo.- Valter Forastieri (2005). 1. O significado do termo orientação sexual como atração, fantasias e desejo direcionados a indivíduos do mesmo gênero, de outro gênero ou de ambos os gêneros é um consenso para as áreas da ciência que tratam das questões sobre exualidade, seja nos campos da Biologia, Psicologia ou Antropologia. (SUPLICY, 1983; FLETCHER; RUSSEL, 2001). Porém, pode existir alguma confusão ao se ler textos da área da Educação, pois também recebe o nome de orientação sexual a dimensão da educação sexual que visa a orientação do estudante pelo professor a respeito de temas relacionados a questões sexuais. Este trabalho tratará da orientação sexual no sentido explicado no texto. 2. Atração é entendida, neste contexto, em um sentido amplo, envolvendo também desejo e fantasias sexuais, não se restringindo, desse modo

Rascunho sobre Sexualidade com foco na Neurociência

A sexualidade, por uma questão de amadurecimento cerebral e hormônios, é despertada na adolescência pela sensibilização de neurônios, estimulada pelo estrogênio e testosterona. A influência dos genes e hormônios é fundamental para o interesse sexual, seja ele qual for, a partir da formação de algumas áreas do cérebro. Estas determinarão mais tarde a preferência sexual, depois de amadurecidas na adolescência, pelo sexo composto na maioria das pessoas ou pelo mesmo sexo em algumas. Logo se esse caminho se revela na adolescência, mas já vem desde a gestação, ele apenas é descoberto. HERCULANO-HOUZEL, Suzana. "O cérebro em transformação" (2005). RASTRO SEXUAL O comportamento [sexual] desencadeado depende radicalmente de como essa região [hipotálamo] é ativada. O hipotálamo dos homens heterossesuais responde fortemente ao feromônio feminino EST (estra-1,3,5(10),16-tetrae-3-nol), um derivado do hormônio estrogênio. A mesma região do cérebro das mulheres heterossexuais reage ao

Texto de Leonardo Boff

"Ponto Deus" no cérebro Publicado em 2/9/2007 no Jornal do Brasil. Uma frente avançada das ciências, hoje, é constituída pelo estudo do cérebro e de suas múltiplas inteligências. Alcançaram-se resultados relevantes, também para a religião e a espiritualidade. Enfatizam-se três tipos de inteligência. A primeira é a inteligência intelectual, o famoso QI (Quociente de Inteligência), ao qual se deu tanta importância em todo o século XX. É a inteligência analítica pela qual elaboramos conceitos e fazemos ciência. Com ela organizamos o mundo e solucionamos problemas objetivos.   A segunda é a inteligência emocional, popularizada especialmente pelo psicólogo e neurocientista de Harvard David Goleman, com seu conhecido livro A Inteligência emocional (QE = Quociente Emocional). Empiricamente mostrou o que era convicção de toda uma tradição de pensadores, desde Platão, passando por Santo Agostinho e culminando em Freud: a estrutura de base do ser humano não é razão (logos) mas é emoçã

Texto de Antonio Sergio Alfredo Guimarães

O BRASIL MODERNO: UMA DEMOCRACIA RACIAL A modernidade brasileira é, sem dúvida, produto dos últimos setenta anos. Os sociólogos e cientistas políticos demarcam, geralmente, tal modernidade com a Revolução de 1930, que pôs fim à Primeira República (1889-1929). Se em relação ao Império (1823-1889), a Primeira República procurou modernizar o Brasil através da adoção de novas instituições, da europeização dos costumes (Freyre, 1936) e do incentivo à imigração européia (Seyferth, 1990; Schwarcz, 1993), em continuidade com aquele, manteve uma nacionalidade ostensivamente polarizada, marcada pela enorme distância entre brancos e pretos, civilizados e matutos. Foi apenas a partir de 1930, principalmente com o Estado Novo (1937-1945) e a Segunda República (1945-1964) que o Brasil ganhou definitivamente um “povo”, ou seja, inventou para si uma tradição e uma origem (62). A idéia fundamental da nova nação é a de que não existem raças humanas, com diferentes qualidades civilizatórias inatas, m