O Psicodrama e suas Abordagens

O Psicodrama ficou mais conhecido como Teatro Espontâneo em função das suas raízes e métodos terapêuticos criados por Jacob Levy Moreno (Viena, 1921) no inicio do século 20. Médico austríaco, radicado e educado em Viena, J.L.Moreno se inspirou principalmente no teatro vienense de improviso para criar o Psicodrama, aplicado a diversos contextos sócio- educacionais e à Psicoterapia de GRUPO, Individual,  de Família e de Casais.

Também conhecido como Teatro do Absurdo, o teatro de improviso se destacou por ideais de cunho filosófico e pretensões humanísticas de iluminação da humanidade e teve como principais dramaturgos BECKETT, ADAMON, IONESCO, GENET, PINTER e ALBEE. Abriu espaço e deu lugar a outro tipo de drama e, ao mesmo tempo, representa reação revolucionária à "camisa de força" da representação teatral, na medida que contraria  inteiramente a desconexão entre ator e personagem ( ESSLIN, 1968).

Em decorrência disso, a proposta de dramatização do Psicodrama é fazer atuar a própria vida, sem nenhum script de linguagem imposta aos atores, deixando os protagonistas livres para encenar suas próprias histórias.

 Posteriormente, J.G.Rojas Bermudez (1960) acrescentou ao modelo clássico  conhecimentos provenientes da psicanálise  e das neurociências que ampliaram a teoria e prática psicodramática para além da dramatização.

Por meio do trabalho psicodramático com Imagens construídas com pessoas, almofadas, tecidos e outros objetos como bonecos e miniaturas, o protagonista faz uso do setting terapêutico para representar metaforicamente  suas questões internas e relacionais.

Por meio do Psicodrama com imagens, o protagonista coloca-se em cena e transita entre fantasia e realidade, transformando suas imagens inconscientes em imagens psicodramáticas. É através desta (cri)ação espontânea  que o protagonista pode chegar a uma nova leitura de fatos, eventos e memórias afetivas, reconhecer os seus  desdobramentos e significados simbólicos.

O trabalho realizado com as Imagens produzidas no Cenário,  resulta na formação de novas conexões neurais, produzindo novas aprendizagens, ampliação de consciência  e visão de mundo. Ademais, propicia o equilíbrio entre os sistemas cerebrais natural (hemisfério direito, inteligência emocional) e social (hemisfério esquerdo, função simbólica).

Se você ainda não conhece as infinitas possibilidades de trabalho e autoconhecimento proporcionado pelo Psicodrama e deseja aprofundar-se, procure um psicólogo(a) psicodramatista credenciado para oferecer esse tipo de serviço psicológico.

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Leonídia Alfredo Guimarães
Psicóloga formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA, 1978), psicoterapeuta em Consultório particular há mais de 30 anos, Psicodramatista Didata Supervisora pela Federação Brasileira de Psicodrama (Febrap, 2004), Neuropsicóloga pela Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter, 2012), com formações em Constelações Familiares Sistêmica (Instituto Aurora, 2018), Sandplay (IJBA, 2006), Psicodrama Terapêutico (Asbap, 1994), Análise Reichiana Bioenergética e Psicanálise (UNO e SEDE Psicanálise, 1987-1990).  Psicóloga aposentada pela Instituto Federal da Bahia - IFBA, atualmente exercendo atividades em consultório e nos Cursos de Especialização em Psicodrama da Associação Bahiana  de Psicodrama e Psicoterapia de Grupo - Asbap como docente, psicoterapeuta de aluno e supervisora. Possui artigos publicados na Revista Brasileira de Psicodrama (alguns links disponíveis neste Blog) As imagens psicodramáticas com bonecos (Vol. 26 N1, SP 2018), Percurso neural da imagem para além das sombras (Vol. 20 N.2 Prêmio Febrap 2012), Teoria evolutiva dos grupos e metodologia sociodinâmica (Vol. 14 N. 2 SP 2006), Psicodramas públicos e limites éticos (Vol. 10 N.1, SP 2002), As técnicas do ingeridor (Vol. 6 N.1,SP 1998); uma coletânea de escritos psicodramáticos apresentados em Congressos Nacionais e Internacionais; Monografias curriculares para obtenção de títulos Fundamentação filosófica do psicodrama na prática psicodramática (Asbap, 1991), A instrumentação de imagens na construção de cenas (Asbap, 1994), Papel socionômico do professor de psicodrama (Asbap, 2004); entre outros.